A Síndrome de Úlcera Gástrica Equina, a SUGE, é uma doença de alta prevalência que afecta cavalos de todas a raças e actividades desportivas.
Porque é que os cavalos têm úlceras gástricas?
Para poder entender a SUGE temos que compreender em primeiro lugar a anatomia gástrica equina.
O estômago do cavalo tem a forma de um “J” encurvado e localiza-se na metade esquerda do abdómen, junto ao diafragma.
Com uma capacidade entre 8-16 L, divide-se em duas partes, uma glandular e outra não glandular. Ambas separadas por um bordo, o margo plicatus.
- A zona glandular ocupa 2/3 da superfície total do estômago. Esta zona contém as glândulas secretoras de ácido clorídrico e pepsina, agentes que actuam na digestão dos alimentos.
- A zona não glandular ocupa 1/3 do estômago e a sua mucosa é constituída por um tecido similar ao que reveste o esófago (epitélio estratificado pavimentoso). Esta porção não apresenta nenhum papel na secreção de sucos gástricos, actuando apenas como reservatório da ingesta.
O aparecimento das úlceras gástricas relaciona-se com um desequilibrio entre os factores protectores e os factores agressores no ambiente da mucosa gástrica.
O estômago do cavalo secreta continuamente sucos gástricos, substâncias ácidas que danificam a sua zona glandular. A substância natural que melhor diminui esse efeito é a saliva produzida durante a ingestão de alimentos.
O cavalo é um animal que em liberdade come durante todo o dia. Esta maneira de se alimentar promove uma secreção salivar constante que neutraliza os ácidos gástricos, protegendo desta forma as paredes do estômago.
As causas para o aparecimento das úlceras gástricas são muito diversas e podem estar associadas a:
- Dietas ácidas: alta concentração de cereais como a aveia.
- Factores de stress: transporte, tratadores novos, mudança de local.
- Exercício intenso: Um trabalho forte e/ou em jejum pode produzir isquemias nas paredes gástricas e favorecer o aparecimento de úlceras.
- Maneio errado: largos períodos de jejum favorecem a aparição de úlceras uma vez que a secreção de saliva diminui e não neutraliza a acidez do estômago.
- Uso de Antiflamatórios não esteróides (AINES)
- Presença de parasitas: Tais como Gasterophillus sp., Habronema muscae, Habronema (microstoma), Draschia megastoma.
Como classificamos as úlceras?
As úlceras gástricas dividem-se em glandulares e não glandulares, consoante zona do estômago onde estão localizadas. Dentro de cada categoria subdividem-se em graus de severidade, de 0 a 4.
- Grau 0: o epitélio está intacto e não se observa hiperqueratose.
- Grau 1: o epitélio está intacto mas existem zonas de com hiperqueratose.
- Grau 2: aparecimento de pequenas lesões, isoladas ou multifocais.
- Grau 3: Lesões superficiais com grande diâmetro, isoladas ou extensas.
- Grau 4: Lesões extensas com áreas de ulceração profunda.
Como posso detectar que o meu cavalo tem úlceras gástricas?
Os cavalos com úlceras gástricas podem apresentar-se assintomáticos ou revelar sinais clinicos variados, que vão desde a perda de condição corporal, mau estado de pelagem, diarreias, cólicas recorrentes, bruxismo (ranger os dentes) à perda da performance desportiva.
Estes sinais são frequentemente inespecificos e não permitem chegar a um diagnóstico difinitivo. Para o obter é necessário recorrer à gastroscopia, uma técnica em que se introduz um endoscopio no estômago e se consegue visualizar a mucosa gástrica e as possíveis lesões existentes.
Como se pode tratar a SUGE?
Uma vez diagnosticada a SUGE deve-se instituir uma terapêutica à base dos inibibores da secreção do ácido cloridrico (p.e. Omeoprazol). Porém deveremos recordar que alguns destes medicamentos acusam dopping e que devem ser retirados alguns dias antes da competição.
Todavia, como em tudo, o melhor tratamento desta doença começa com uma boa prevenção de forma a impedir o seu aparecimento.
Para conseguir isso, devemos fazer alterações no maneio do nosso cavalo:
- Reduzir o consumo de cereais e aumentar a ingestão de alfafa (regula o pH) e de alimentos que aumentem o tempo de mastigação.
- Reduzir os factores de stress no maneio diário.
- O cavalo não deve sair para trabalhar de estômago vazio. É sempre recomendável dar uma pequena quantidade de feno antes de sair para trabalhar.
- Reduzir os períodos de jejum. É muito importante que o cavalo coma fibra durante todo o dia para favorecer a produção de saliva.
- Realizar uma boa desparasitação.
A Equinvest conhece perfeitamente a importância e a repercussão da SUGE na vida desportiva dos cavalos. É por isso que recomendamos os melhores produtos para o seu tratamento e prevenção, tal como o GNF da TRM.
Comprovado por estudos científicos, este suplemento proporciona:
- Carbonato de cálcio e Hidróxido de magnésio: Estabilizam os fluidos gástricos.
- Extractos de algas marinhas (Laminaria Hyporborea): protegem a zona glandular do estômago da acidez gástrica.
- Fructoligossacárideos: constituem um substrato alimentício para a flora benéfica do intestino.
- Glutamina: aminoácido indispensável para a reparação das células epiteliais.
- Treonina: aminoácido cuja deficiência pode limitar a síntese intestinal de mucina (glucoproteina que forma uma camada de revestimento da mucosa gástrica, protegendo-a).
- Olmo americano (slippery elm), uma mistura complexa de polissacarídeos ricos em mucílagos que em contacto com a água criam uma capa protectora no interior do sistema digestivo.
As suas duas apresentações, pasta e granulado permitem administrar doses de choque e de manutenção, respectivamente.