A formação de abcessos no casco é uma causa muito comum de claudicação em cavalos. Em áreas de clima húmido, depois de um longo período de tempo seco, costuma ser mais frequente.

O que é um abcesso no casco?

Abcessos são infecções no interior do estrato córneo do casco. Na maioria das vezes eles são produzidos pela penetração de bactérias através da parede ou da sola do casco por pequenas rachaduras ou fissuras. Esse tipo de lesões não são visíveis a olho nu e são suficientes para permitir na entrada de microorganismos.

Além das rachaduras no casco, outras causas comuns podem ser:

• Introdução de um corpo estranho.
• Ferraduras pregadas muito perto do tecido laminar do casco.
• Traumatismo de tecidos moles em cascos com sola fina.
• Hematomas devido a traumatismos na planta.
• Saltos estreitos.
• Transição de condições climáticas secas para húmidas.

A entrada dessas bactérias provoca uma reação imune do organismo que responderá à infecção levando à área glóbulos brancos. A acumulação de tecido morto, glóbulos brancos e bactérias forma uma bolsa de líquido (pus) denominamos de abcesso.

Como as estruturas sensíveis do casco estão rodeadas por uma camada córnea muito dura, a acumulação de líquido causará um aumento na pressão e, consequentemente, dor na área.

À medida que o abscesso cresce, ele expande-se através dos tecidos moles do casco e pode rebentar para o exterior. Esses pontos de abertura podem ser: a mesma fissura que originou a sua formação, a sola ou a área da coroa do casco.

SINTOMAS

Os sintomas podem variar desde o cavalo não apresentar nenhum sinal de dor até ao ponto de claudicação máximo. Outros sinais são:

• Inflamação da parte distal do membro.
• Aumento da temperatura da parede do casco.
• Presença de pulso digital.
• Suporte das luzes do casco ao caminhar.

TRATAMENTO

Assim que suspeitamos de um abcesso, devemos comunicar ao nosso veterinário. Este irá realizar uma série de exames de diagnóstico para confirmar que se trata de um abcesso e descartar outras patologias, como fraturas.

Os testes serão baseados na aplicação da pinça de casco, para identificar o ponto de dor e realização de radiografias que determinarão a extensão da lesão.

Uma vez identificada a área, o veterinário irá reduzir a espessura da palma por meio de uma cureta para drenar o abcesso mais rapidamente.

O tratamento de abcessos é feito recorrendo à utilização de emplastros com substâncias altamente osmóticas, causando um amolecimento da palma e a saída do conteúdo do abcesso.

PREVENÇÃO

A prevenção é baseada em manter os estábulos e cascos limpos e secos. Portanto, os cavalos que vivem a campo são mais propensos a desenvolver essa patologia, já que não podemos controlar a húmidade dos cascos.

Mesmo quando o nosso cavalo está a campo, é muito importante manter os prados limpos. Seria vantajoso evitar prados muito pedregosos e/ou remover pedras com as quais o cavalo poderá criar hematomas na palma da dos cascos. Da mesma forma, deve-se evitar que haja objetos pontiagudos com os quais a estrutura do casco possa ser danificada.

Lembre-se:

• Todos os cavalos são suscetíveis a abcessos no casco.
• Cavalos que sofreram laminite correm um risco muito maior, já que a estrutura do casco está enfraquecida.
• Cavalos que vivem em ambientes húmidos ou que são mudados de lugares secos para lugares húmidos rapidamente têm um risco maior de desenvolver abcessos.

Finalmente, apesar de referirmos que a prevenção é muito importante, no caso dos abcessos do casco, uma vez que o clima é uma condição determinante da patologia, é muito difícil controlar sua aparência.